Desabafo

Boas, caros amigos.
A medíocre existência do otário, como muitos antes dele, parece-me um desperdício de vida. Tal como o clã, muitos homens sentem o apelo de os chamar à razão, ou pelo menos emitem uma opinião sobre tal omissa de princípios e valores. Os senhores que passo a citar conseguem muito eloquentemente transmitir o que me vai na alma:


“Nobody can be so amusingly arrogant as a young man who has just discovered an old idea and thinks it is his own.”
Sydney J. Harris

“When men are most sure and arrogant they are commonly most mistaken, giving views to passion without that proper deliberation which alone can secure them from the grossest absurdities.”
David Hume

“The truest characters of ignorance are vanity, and pride and arrogance.”
Samuel Butler

O que verdadeiramente me entristece é que o otário não foi sempre assim. Nunca foi um gajo normal, mas era aí que residía o seu encanto; tinha as suas opiniões, que defendia com toda a convicção, por mais estranhas que pudessem parecer; confesso que ás vezes gostava de o ver argumentar. E tinha aquele comportamento idiossincrático, que todos aprendemos a tolerar e a apreciar, e do qual nos rimos como perdidos. Se o Kurka de à uns anos atrás não fosse boa pessoa e amigo, nunca tinha entrado em minha casa.

Mas o que eu vejo agora, é um homem pequenino, arrogante e fútil. Os altos princípios morais que outrora tão orgulhosamente o vimos declamar, não passam de uma carapaça de cristal que estala ao mais ligeiro contratempo. Mascara com arrogância e prepotência, a insegurança e medo que lhe corrompem o espírito. Não é a mesma pessoa que conhecemos à 6 anos atrás, é uma versão bem pior, carregando um fardo ofensivo de sua autoria. Vejo-o a ser usado pelas coisos que possui, e tenho plena consciência que esse não é o caminho para a felicidade, é precisamente o inverso.

Não é minha intensão fazer-me passar por moralista, sei bem o que sou, estou bem presente dos meus defeitos e virtudes, e se calhar escrevo estas palavras mais para mim do que para vocês, qualquer intuito cómico é secundário. Só fico triste por ver o Kurka a submergir.

Despeço-me com uma frase que ouvi à pouco tempo, e que espelha muita sabedoria:
"When you forgive, you love, and when you love, God's light shines on you."

Um Abraço